Ser mãe é o quê?
Ser mãe é entrar em um novo universo e nos leva a questionar até que ponto não criamos uma fantasia em torno do momento. Não, o texto de hoje não é uma crítica, mas um reflexão, principalmente quanto à maternidade conjugada com os desafios do casamento e da convivência entre homens e mulheres. Por Silvânia Santos.
Quem disse que ser mãe é um privilégio dos deuses é doido! Doido de pedra!
Mas não me atirem as tais pedras.
Amo infinitamente ser mãe, mas o caso é o marido, progenitor, pai, sei lá!
Aguentar um ser que você também ama te acusando por tudo que não acha legal no tesouro da sua vida e tomando pra si somente os louros da beldade, é uma brincadeira bem boba, não concorda?
Para explicar melhor, achei por bem exemplificar: o dito pai culpa a mãe porque o adorado filho não gosta de tudo que ele gosta, como futebol ou algo assim e pronto! Confusão armada! A mãe é culpada por aquele motivo que ela nem compreende direito. Na verdade nem ele sabe.
O pai só sabe que o filho não é perfeito! Isso nós mães já deduzimos há muito tempo.
O pai também descobre o ciúme, mas não sabe que é esse o nome que se dá ao sentimento que resulta na ação de não compreender que o filho é um grude só com a mãe e prefere a companhia dela em vez do pai, porém, naquela fase da vida. Nós mães também já sabemos disso! Sabemos que tudo passa!
Mas o pai não sabe, ele descobre dolorosamente que a mãe é o centro do universo do filho e em determinado instante e se comunica com essa deusa ( gosto disso) como se o pai não existisse. Rrsrsrs!
Aí então a confusão na cabeça torpe daquele homem aumenta e ele surta! Diz coisas que não quer dizer dizer, fala pelos cotovelos e ainda assim é perdoado pela mulher que, falsamente calma, vai dizer para que ele esfrie a cabeça e reflita!
Ledo engano daquele tolo que se arrepende no dia seguinte e vem todo cabisbaixo dizer que ama o filho e a mãe! Tolinho! A esse altura a mãe já é uma leoa ardilosa esperando o retorno do macho pacato, mas desta vez para defender seu filhote a todo custo e dizer em alto e bom tom!
Está pensando que ser mãe são flores? E que filho é só prazer e alegria? Você não sabe que ser mãe é passar noites em claro, abrir mão de muitas vaidades, vontades e vivências. Você não sabe que ser mãe é aturar chatices de parentes, teimosia de filho e pai infantilizado. Ser mãe é ser de aço, de pena, de ouro e de lata. Você não sabe o que é rezar dias e dias para que a vida de seu filho seja melhor que a sua sempre. Ser mãe, seu ingrato, não é um privilégio dos deuses! Ser mãe é uma dávida, uma responsabilidade imensa de dar bronca, de levar consigo o amor e a vida de outro ser em seu ventre e suas mãos… Ser mãe é levar pedradas… Tenta ser mãe meu bem! Depois vem!